Quando as almas gêmeas se separam
Meu último texto foi sobre almas gêmeas. E agora vou refletir sobre um caso de separação de almas gêmeas.
O contexto geral, no entanto, é evidenciar como, em suas relações, as almas gêmeas podem antecipar processos evolutivos de toda a humanidade e também a relação dessas almas com os 12 bodhisatwas – mestres que guiam a humanidade.
Diante disso temos que antes contextualizar alguns momentos evolutivos futuros da humanidade que podem ser antecipados pelos mestres e pelas almas gêmeas.
A Antroposofia, os ensinamentos de Maharishi da Meditação Transcedental e os ensinamentos da Oneness – todos eles convergem para os entendimentos aqui compartilhados.
É interessante também notar que na literatura esotérica mais recente, as almas gêmeas ou chamas gêmeas são tratadas como casos de almas que estão adiantadas em seus processos evolutivos, pois uma acelera o desenvolvimento da outra. Em alguns textos elas também são relacionadas como fazendo parte das 144.000 almas que acompanharam o Cristo na entrada de seu reino. Elas são denominadas por muitos as primícias de Deus, denotando esse aspecto de antecipação de processos evolutivos de toda a humanidade.
Importante também notar que muito dessa literatura alerta para o fato de que o maior risco de separação nas relações de almas gêmeas ocorre quando uma delas entra num processo de vitimização, o que será evidenciado nesse texto.
Bem, vamos agora entender alguns sinais sobre o processo evolutivo da humanidade, para depois relacionar isso aos processos de almas gêmeas.
Vamos começar pela astrologia indiana, denominada Jyotish, que a Divina Luz Guia para as experiências humanas na Terra.
Vamos olhar para um mapa muito especial que é o mapa da própria Terra.
Esse mapa foi elaborado sob a atenção de Maharishi Mahesh Yogi, da Meditação Transcendental. Maharishi é um sábio de visão iluminada e em consciência de unidade, um avançado estado de iluminação da alma. A partir desse estado de consciência, Maharishi orientou os astrólogos vedicos a usaram os seus conhecimentos para elaborar esse mapa de forma precisa, perfeita.
Esse mapa indica o que a humanidade traz para essa encarnação do planeta Terra (segundo os vedas e também segundo a antroposofia, a Terra está em sua quarta encarnação como planeta) e também o que deve atingir como meta dessa encarnação.
O que a Terra traz para essa encarnação é uma infinita sabedoria que se revela em todos os aspectos da natureza, dos reinos mineral, vegetal, animal e humano.
Olhemos o corpo humano ou a sabedoria que organiza um formigueiro, com a correta consciência, e veremos uma infinita sabedoria organizando tudo.
E para onde caminha a Terra? A Terra caminha para o amor. Hoje a Terra é o cosmos da sabedoria, mas ao final da missão terrena da humanidade ela deve se transespiritualizar para se tornar o cosmos do amor.
Para que isso ocorra o ser humano deve superar as influências das forças contrárias à evolução.
Toda a antroposofia tem como pano de fundo a evolução do ser humano. E portanto deve tratar também das forças contrárias a essa evolução.
No centro da evolução humana está o Ser do Cristo. Segundo Steiner, o Cristo dividiu a sabedoria com um ser denominado Lúcifer e dividiu o poder com um ser chamado Arihman. Esses dois seres são os seres contrários à evolução humana.
Cristo, para assegurar essa evolução, guardou o amor só para si, de forma que esses seres não tivessem o acesso a essa, que é a força criativa mais poderosa do universo e que mantém o curso ascendente da evolução, mesmo com a atuação das forças contrárias à evolução.
Steiner enfatiza que através da leitura nas estrelas, de uma astrologia divina, o ser humano pode ter acesso a todos os sinais de sua rota evolutiva.
A astrologia indiana, o Jyotish, é esse sistema, que traz em si todos os segredos da criação.
Nada do conhecimento esotérico deixa de estar presente nessa astrologia. Esses dois seres, Arihma e Lúcifer, estão presentes no Jyotish como dois planetas fantasmas que são considerados rakshassas, demônios. Esses dois planetas não existem fisicamente, mas têm uma trajetória muito bem definida, como a órbita ascendente e a orbita descendente do eclipse lunar. Esses planetas se chamam Rahu e Ketu. Na astrologia chinesa são a cabeça do dragão e a cauda do dragão. O Jyotish explica que Rahu e Ketu eram um só demônio, um poderoso Asura e que a deidade Kartikeia, o filho das Plêiades, o cortou ao meio para diminuir seu poder.
Todas os conflitos da humanidade, desde as grandes guerras até os conflitos de relacionamentos entre duas pessoas, têm relação com esses planetas. E também todas as pandemias e desastres naturais tem relação com esses dois planetas. E não poderia ser de outra forma, uma vez que eles são as forças contrárias à evolução humana.
No mapa astral da Terra, feito sob orientação de Maharishi, Ketu está no ascendente do planeta Terra. O ascendente é a casa 1. Ele indica nossa missão de vida, nossa meta. Indica também nossa personalidade. Ketu por ser a cauda do dragão não tem cara e pode assumir diversas personalidades, desde as mais involuidas até a mais elevada.
Aqui temos um duplo indicativo, pois além da cada um ser a casa da nossa meta, o planeta Ketu representa em qualquer mapa aquilo que devemos conquistar em cada encarnação. Assim, a meta de nossa evolução terrena pela posição de Ketu no ascendente do mapa da Terra indica que no final da evolução terrena, o ser humano deverá manifestar não mais a sua personalidade humana, a personalidade do seu pequeno eu humano com todas as suas mazelas, mas sim a sua personalidade espiritual, o seu manas, o Espírito Santo, como vimos num post anterior.
O planeta Rahu, a cabeça do Dragão está sempre a 180 graus de Ketu, portanto no mapa astral da Terra está na casa 7, que é a casa dos relacionamentos. Rahu indica aquilo que conquistamos de outras vidas terrenas e trazemos como aptidão para essa vida terrena. O fato de Rahu estar na casa dos relacionamentos no mapa astral da Terra indica que todas as conquistas humanas no seu processo evolutivo se dão no âmbito dos relacionamentos. Todas as outras conquistas humanas são apenas um palco para a verdadeira conquista evolutiva que se dá na área dos relacionamentos.
De uma forma ou de outra, todos os grandes mestres e seres celestiais vão nos indicar esse importante aspecto da vida humana. Por exemplo, o avatar Bhagavan, da Oneness, sempre frisa que:
“A vida é relacionamento”.
E como essas conquistas dos relacionamentos ou as falhas dos relacionamentos se manifestam em nossa vida? Pelo karma. Segundo Steiner, há dois tipos de karma, o karma lunar e o karma solar. No karma lunar não temos livre arbítrio. Atrações ou repulsões, felicidade ou sofrimento vão se manifestar nos relacionamentos conforme esse karma determima. Já no karma solar, temos livre arbítrio. Aí são as forças da liberdade e do amor que determinam como se dará o relacionamento, se ele será evolutivo, criando um karma positivo, ou se será involutivo, criando um karma negativo.
Vivemos um momento atual da humanidade em que temos a oportunidade de dar um reset no karma do passado para seguir com um novo karma. Isso acontece porque no atual trânsito astrológico do planeta Terra os planetas Rahu e Ketu estão exatamente nas suas posições do mapa natal da Terra: Ketu está na casa 1 e Rahu está na casa 7. Quem me alertou para isso foi Raja Luis, um dos sucessores de Maharishi, que se especializou no conhecimento do mapa astral da Terra.
É como se a Terra estivesse agora passando por um processo de morte e renascimento.
E as forças astrais de Rahu e Ketu estão muito mais potentes nesse momento, atuando da forma mais destrutiva possível, realmente cobrando a conta karmica da humanidade, para que a humanidade saia desse momento mais leve para sua nova etapa evolutiva, para um renascimento.
Nesse momento, um pequeno apocalipse está ocorrendo, a passagem de muitos pela noite escura da alma está ocorrendo, as dores de parto da humanidade estão ocorrendo para dar à luz a uma humanidade mais espiritualizada, uma humanidade onde o Eu espiritual, uma personalidade espiritual nascerá em muitos seres humanos, conforme vimos em outro texto que escrevi para este blog colaborativo.
A nova etapa evolutiva da humanidade se consolidará conforme mais e mais seres humanos atinjam essa personalidade espiritual e passem a influenciar a humanidade toda até que, como se fôssemos células de um único corpo cósmico, a humanidade toda vibrasse nessa nova consciência da personalidade espiritual. Mesmo quando isso ocorrer, será apenas o princípio de uma nova humanidade, que só irá se consolidar próximo ao ano 7.000, segundo a Antroposofia.
Embora o atual momento seja um divisor de águas, muita água vai rolar na evolução da humanidade.
Segundo Steiner, a humanidade passará por um longo processo da separação do joio e do trigo, conforme mencionado na Bíblia. Segundo ele, esses termos indicam que no processo evolutivo a humanidade irá gradualmente sendo separada entre a humanidade do bem e a humanidade do mal. A humanidade do bem terá que aurir suas forças do ser do Cristo. Em outras palavras: somente a ligação íntima de cada alma humana com o ser do Cristo poderá aurir forças em cada alma para que elas superem a tendência ao mal e se liguem às forças do bem.
Nessa luta do bem contra o mal, dois momentos evolutivos são destacados por Steiner. Um deles está situado próximo ao ano 3.500 de nossa era e o outro está situado próximo ao fim dessa encarnação do Planeta Terra, após o ano 6.000.
No período próximo ao ano 3.500, teremos o que Steiner chama de superação das tendências egoístas do signo de escorpião, para que a unidade se eleve a sabedoria da Águia. Esotericamente, o signo de escorpião é o único dos 12 signos do zodíaco com um duplo aspecto: um de sombra e malevolência e outro de de luz e benevolência. Caberá a uma parcela da humanidade superar as forças do egoísmo para se elevar da malevolência e ignorância do escorpião para a sabedoria e benevolência da águia. Nos termos esotéricos Cristãos, a humanidade terá de superar o Egoísmo que vem de um karma de dores profundas e um autodestrutivo medo existencial que faz o ego navegar por águas escuras e lamacentas, podres, fétidas e envenenadas por profundas mágoas, para se elevar à pureza plena de luz e leveza das alturas espirituais, onde voa a águia que tudo vê de uma perspectiva mais elevada plena de paz, de desapego e de uma visão da unidade do todo, que se reflete numa sabedoria divina.
Na visão esotérica cristã, esse egoísmo do escorpião se manifestou em Judas Escariotes e o levou a primeiro trair o Cristo e a depois se suicidar ao se dar conta de seu erro. Nessa visão, a sabedoria da águia aparece na Bíblia por meio de Nossa Senhora, que personifica essa Sabedoria Divina. Na cruz, pouco antes de deixar o corpo, Cristo diz a João Evangelista que agora Maria era sua mãe e diz a ela que agora João era seu filho. Esotericamente, isso indica a tarefa de São João Evangelista de ser o portador dessa sabedoria divina para os homens. Segundo Steiner, João não era um nome, mas um título para um Iniciado - um ser humano que antecipa algum estágio evolutivo da humanidade - nesse caso um Iniciado que auriu as forças na alma necessárias para se elevar do egoísmo do escorpião para a sabedoria da águia.
Maria, por sua vez, também é um título para uma Iniciada e não um nome. Steiner nos indica que os quatro evangelistas eram Iniciados, cada um de uma das quatro principais escolas esotéricas, ou escolas de mistérios, dos tempos bíblicos e que cada termo utilizado nos evangelhos deve ser entendido pelos usos dessas escolas à época, as escolas do aquário, do leão, do touro e da águia. Assim, Nossa Senhora é chamada de Maria para indicar o seu elevado grau de iniciação, mas que em verdade seu nome de batismo era Sofia, pois ela era na verdade a própria encarnação terrena da Sofia Cósmica, da eterna sabedoria divina que permeia toda a criação e que nos céus pode ser localizada na luz que emana da constelação de touro, onde se situam as Plêiades, que já mencionamos no início desse post como sendo as mães de Kartikeia, a deidade que cortou um asura ao meio criando em cada metade remanescente os planetas Rahu e Ketu... tudo está conectado nessas várias linguagens esotéricas que guardam profundos segredos sobre a vida humana e sobre toda a criação.
Maria e João são ligados, portanto, na tarefa de fazer florescer na alma humana essa elevada sabedoria cósmica. Steiner explica isso em vários contextos, um deles é que João Evangelista, em uma nova encarnação próxima ao ano 3.500 será o grande mestre da humanidade para que esta supere as forças egoísticas da alma humana, que só levam à autodestruição e à destruição de tudo em volta das almas que caem nesse abismo das profundezas sombrias do escorpião e que levarão nesse futuro longínquo ao suicídio em massa da grande maioria da humanidade.
Para salvar a humanidade da aniquilação por essa tendência ao mal, São João irá conduzir à salvação de uma parcela da humanidade: a humanidade do bem. Steiner explica que nome esotérico de São João Evangelista é mestre Cristiano Rosacruz, pois São João encarnou na Idade Média com esse nome, que representa sua verdadeira missão espiritual. Há dezenas de palestras de Steiner sobre São João e sobre Cristiano Rosacruz que abordam os inúmeros mistérios ligados às encarnações e à missão espiritual dessa personalidade. No esoterismo da Fraternidade Branca, da qual Steiner também tratou, esse mesmo mestre é Saint Germain, uma outra encarnação posterior de Cristiano Rosacruz/São João Evangelista. Vamos aqui adotar o nome Cristiano Rosacruz para essa elevada personalidade.
Segundo Steiner, essa individualidade irá realizar o maior sacrifício que um ser humano pode realizar, assim como Cristo realizou o maior sacrifício que um Deus, o Deus dos Deuses, poderia realizar.
Isso se dará para que Cristiano Rosacruz preserve o verdadeiro conhecimento espiritual e o proteja do desvirtuamento e do mal uso, da manipulação desse conhecimento de um lado por Arihma, o planeta Rahu, que quer fazer o ser humano acreditar que só existe o mundo material e não que a verdadeira morada do ser humano – o mundo espiritual. E de outro lado por Lúcifer, o planeta Ketu, para que a humanidade se desvie de seu caminho espiritual verdadeiro e ascendente, pegando o “sedutor atalho” de uma falsa espiritualidade.
Essas duas possibilidades de desvios já vemos hoje fortemente: no primeiro caso por meio de toda forma de pensamento materialista (Rahu), e de outro, por meio do uso de drogas para se acessar o que de forma enganosa parecem ser estados elevados de consciência, mas que apenas desviam a humanidade, a impossibilitando de acessar estados verdadeiramente elevados de consciência onde o verdadeiro mundo espiritual é acessado. Todas essas coisas aqui tratadas são abordadas em profundidade por Steiner em centenas de palestras e abordagens que formam um verdadeiro holograma de todo o conhecimento da Antroposofia. Não há exagero em afirmar que qualquer coisa dita aqui é apenas a pontinha do iceberg do que nos revela a Antroposofia sobre esses temas e sobre a toda a criação.
Da mesma forma que tudo na criação é parte de um mesmo holograma e de seus fractais, tudo na criação também é parte de um tempo atemporal, ou seja, não-linear e portanto, não adstrito a relações de causa e consequência, pois estas só podem ocorrer sob a perspectiva de um tempo linear. Esse tempo não-linear é o que denominamos de eternidade. Nesse tempo tudo está sempre ocorrendo ao mesmo tempo de forma que aqui e ali as mesmas energias temporais, que na verdade são desdobramentos de energias temporais que surgem do tempo eterno, estão ocorrendo e unindo assim passado, presente e futuro numa só unidade.
Por ser esta nossa realidade espiritual, a realidade da eternidade, esse momento evolutivo futuro já está ocorrendo agora e estará ocorrendo sempre, por isso algumas almas, as almas gêmeas dentre elas, podem estar antecipando estágios evolutivos da humanidade como esse estágio da superação do egoísmo do escorpião para a sabedoria “altruísta” (uso aspas, pois espiritualmente o altruísmo tem uma conotação mais elevada do que o uso atual dessa palavra possa subentender) da águia.
O tema da eternidade do tempo e da sua manifestação como tempo aparentemente linear nos ajuda a entender como Steiner pode fazer tantas previsões precisas sobre o futuro. Isso é possibilitado pelo fato de nos mundos espirituais o tempo andar na direção contrária do tempo da Terra. Nos mundos espirituais, o futuro vem de encontro ao presente, assim como no “tempo linear da Terra” o passado parece vir de encontro ao presente. Com sua visão de Rishi, Steiner pode investigar o passado e o futuro da humanidade e devido a seu preparo de muitas encarnações ele é capaz de interpretá-las corretamente.
Segundo Steiner, o mestre Cristiano Rosacruz passou por uma iniciação muito especial na Idade Média e a partir de então passou a estar encarnado em todos os séculos. Isso é uma exceção, que só ocorre com alguns iniciados, pois normalmente entre uma encarnação e outra, a alma humana passa 1500 anos nos mundos espirituais, passando por todos os planetas onde deixa e recebe energias relacionadas ao seu karma. Por isso, depois a astrologia védica pode trazer informações tão precisas sobre a encarnação terrena. Maharishi diz que os planetas são os operadores do karma e que todas as nossas ações vão atingir tudo no universo e que o movimento dos planetas traz as informações precisas de que energias vão nos atingir e quando.
Cristiano Rosacruz encarna todos os séculos para vir preparado sua missão futura. Para isso conta com a colaboração de diversos iniciados que passaram por sua escola espiritual nos mundos supra-sensíveis entre uma encarnação e outra.
Esses iniciados podem se reconhecer como membros que passaram por essa escola por um evento muito objetivo em suas encarnações terrenas: eles tiveram suas vidas por uma intervenção espiritual. Steiner indica vários exemplos sobre isso. Por exemplo, a pessoa pode ter ouvido claramente uma voz dizendo "pare", e parou exatamente onde estava, e com isso se livrou de um grave acidente que lhe tiraria a vida. Pode ter ouvido também “saia daí”, e ao sair de onde estava uma lage quebrou e caiu exatamente onde a pessoa dormia. Ou então ouviu “não vá a tal lugar”, e algum acidente ocorreu naquele lugar na hora que a pessoa iria estar lá. Esses eventos não são tão incomuns quanto se possa pensar e temos um exemplo histórico conhecido onde milhares de pessoas relatam essa ocorrência. Foi na queda das Torres Gêmeas, quando muitos ouviram que não era para irem lá naquele dia ou então já dentro do prédio ouviram uma voz que lhes disse para sair do prédio “agora”, “já”, “imediatamente”, “entre já no elevador e saia daí”, “desça já pelas escadas” e muitas outras formas que foram relatadas.
Todas essas pessoas são almas que passaram pela escola esotérica de Cristiano Rosacruz entre uma vida terrena e outra. Esse tipo de experiência deveria levar a uma conscientização especial que nem todos tiveram ainda, pois a humanidade vive uma forte inconsciência sobre a realidade espiritual da vida, devido às fortes forças involutivas do pensamento materialista que predomina na consciência coletiva da humanidade e que os vedas relatam como uma ignorância que só pode ser destruída por Shiva, ao avivarmos o silêncio Transcedental em nossa fisiologia. Quem já despertou essa consciência espiritual terá um consciência de que pelo fato de os mundos espirituais terem salvo sua vida, ele se colocará com uma predisposição natural de servir aos mundos espirituais para cumprimento das tarefas dos mestres na Terra.
Um outro mestre a ser mencionado agora é o mestre Mani, cuja tarefa estará sendo preparada desde há muito tempo para que ele possa conduzir a humanidade no outro momento evolutivo destacado por Steiner para após o ano 6.000, mas que também já pode ser experienciado hoje conscientemente pelos iniciados e inconscientemente pela humanidade como um todo. Esse momento é o que Steiner denomina de guerra de todos contra todos.
Nessa guerra, a humanidade do mal entrará num estado de torpor febril e loucura em que cada ser humano será inimigo mortal dos outros seres humanos. Isso será resultado de uma individualização mal sucedida por parte dos seres humanos que caíram nas mãos do mal e se tornaram o próprio mal. O mecanismo para isso é a total desconexão de seu Eu Superior, o Espírito Santo, e de seu Seu Eu Verdadeiro, o Cristo. Quando isso ocorre, o ser humano enlouquece e vê a todos ao seu redor como uma ameaça e um mal que quer atacá-lo. Tomado por um medo sem fundamento e fora de controle o ser humano ataque e quer destruir qualquer outro ser humano. Quem está tomado pelo mal só enxerga o mal no outro.
Muitos mestres já nos ensinam isso. Ammabhagavan, da Oneness University, afirma que sua realidade exterior é como sua realidade interior. Os Vedas nos indicam que nossa percepção sobre a realidade exterior nos são dadas pelo estado de nossa mente em relação a Satwa, Rajas e Tamas. Satwa é a pureza da mente. Só ela nos revelar a verdade. Rajas é a agressividade e Tamas é estado de profunda mágoa e medo.
Nesse momento futuro, mesmo as pessoas de uma mesma família, na humanidade do mal, irão se destruir. E a humanidade do bem viverá em redutos isolados, pois o mal só pode o ver mal, e mesmo a humanidade do bem será vista como uma enorme ameaça e será atacada impiedosamente pela humanidade do mal, que tentará destruí-la a qualquer custo. É o niilismo pelo niilismo, a destruição pela destruição, sem nenhum outro propósito.
Nessa época mestre Mani irá encarnar para conduzir a humanidade do bem para a sua salvação.
Isso só será possível mediante o desabrochar nas almas humanas da humanidade do bem do impulso mais elevado e mais longínquo do Cristo: “Amai aos vossos inimigos”. Para Mani, essas palavras se desdobraram também em “Ame bem ao mal” e “Ame bem ao seu inimigo”.
Steiner nos esclarece de que o mal é apenas o bem fora de lugar. A tarefa de Mani é colocar o mal no seu devido lugar para que ele se torne uma força a favor da evolução e não uma força contrária a evolução. O ensinamento do Cristo “amai-vos uns aos outros como eu vos amei” será crucial nesse período, pois a humanidade do bem só poderá sobreviver como uma fraternidade entre os homens, onde cada um cuida das necessidades do outro como se fossem suas próprias necessidades.
O ensinamento “não julguei para não serdes julgados” deverá permear totalmente a consciência de cada membro da humanidade do bem, como única forma de que essa humanidade não caia na frequência da humanidade do mal, pois cair em frequência significa se afastar de nosso Eu Superior e nosso Eu Verdadeiro e se tornar presa fácil para o mal.
“Orai e Vigiai”, somente as almas puras o suficiente para manter a gentileza, a centramento e a plenitude, mesmo diante das maiores adversidades exteriores, poderão cumprir a tarefa desse tempo de morte e tribulações. “Não resistas ao maligno”, ou “Não resistas ao mal”, “se alguém lhe bater numa face ofereça a outra”.
Somente a doçura e a gentileza poderão resgatar uma parte da humanidade do mal para que ela não destrua totalmente a humanidade do bem. O apóstolo São Paulo já anteviu esse momento futuro da humanidade e seus ensinamentos em Corinthios 13 trata das forças a serem auridas nas almas humanas para a superação do mal. São elas: fé, amor e esperança. O Fogo espiritual da Fé, no nível do pensar, pois somente o conhecimento espiritual verdadeiro poderá orientar a humanidade nesse momento. O Fogo espiritual do Amor no coração, para orientar nossos passos e o fogo espiritual da Coragem na vontade, para orientar nossas ações sempre com esperança. Somente isso poderá guiar a humanidade nesse período. Destes, o mais árduo de se adquirir é a coragem de agir pelo bem, mesmo contra o mal, na esperança que a humanidade que decaiu em parte volte a se elevar. Steiner tem inúmeras palestras sobre fé, amor e esperança como forças da alma e também sobre esse delicado processo pelo qual passará a humanidade.
Mestre Mani já vem há muito tempo preparando cuidadosamente seus discípulos para essa tarefa futura. Ele faz isso criando experiências, processos iniciáticos, onde essas forças estão sendo auridas por seus discípulos.
Diferentemente do mestre Cristiano Rosacruz, Mani, não encarna todos os séculos. Sua tarefa é tão distinta da realidade humana atual que isso é desnecessário, pois atua melhor dos mundos espirituais dentro da alma de seus discípulos. A consecução de sua tarefa se dará num ambiente terreno tão diferente do que existe na Terra hoje que pode-se dizer que o contraste será tão grande quanto agora é o contraste do ser humano atual com o ser humano primata e uma Terra da época dos dinossauros.
Todas as épocas da humanidade são diferentes culturalmente e espiritualmente. O ser humano muda muito rápido em sua consciência e em seus corpos. Assim, as experiências humanas mudam constantemente e a verdade é que em apenas uma geração de diferença podemos observar que a vida humana na Terra e as experiências humanas mudam completamente. Isso ocorre pois a evolução espiritual está sempre ocorrendo e mudando as condições da vida na Terra. Todo o rápido desenvolvimento tecnológico que vemos hoje na tem sua origem nos mundos espirituais. Da mesma forma, todos os conflitos ou bem-aventuranças têm sua origem nesses mundos.
A impermanência está na base da criação e das manifestações terrenas. Se temos essa consciência, podemos mais facilmente conceber a possibilidade de tudo que Steiner nos narra na Antroposofia.
Agora que sabemos um pouco do mestre Rosacruz, Steiner e Mani, podemos nos valer do ensinamento de Steiner de que a antroposofia é um desdobramento do rosacrucianismo e de que o maniqueísmo, a futura doutrina do mestre Mani, será um desdobramento da antroposofia.
“Do rosacrucianismo pela Antroposofia, para o maniqueísmo”, diz Steiner.
Steiner diz que os 12 bodhisatwas e os 7 mestres do cristianismo esotérico se alternam como mestres uns dos outros em suas encarnações terrenas. Isso ocorre pois para esses bodhisatwas há algo muito especial e recorrente em todas as suas encarnações terrenas: esses mestres vivem uma vida normal sem nenhum traço aparente de suas elevadas personalidades espirituais.
Apenas entre os 30 e 33 anos a sua verdadeira personalidade espiritual se revela, como se um outro ser completamente sábio e espiritualizado passasse a habitar no mesmo corpo físico. Há uma fusão do ego humano com seu Eu Superior, algo que Cristiano Rosacruz narra em parte em suas “Bodas Alquimicas”. O próprio Steiner relata que ele foi discípulo de Cristiano Rosacruz, que havia encarnado um pouco antes dele.
Normalmente esses mestres cuidam uns dos outros até até essa transespiritualização da personalidade do pequeno ego humano ocorra. Também os 12 discípulos diretos de cada um dos 12 Bodhisatwas têm um papel zelando pelo correto desenvolvimento desses Bodhisatwas, até que sua natureza espiritual desperte. Esses doze 12 discípulos diretos somam 144 almas e também eles passam por um processo de transformação de suas personalidades, o que pode ocorrer em outras idades durante a biografia humana.
O processo, assim como o dos Bodhisatwas, envolve grandes catarses e grandes dificuldades, pela queima de karma que esses seres fazem como um sacrifício de suas almas, adquirindo para si parte do karma da humanidade, que varia a cada período cultural. A transespiritualizacao dessas personalidades nem sempre é suave. Pelo contrário, pode ser muito dolorosa, pois para que ocorra, essas personalidades devem aprender a confiar unicamente nas suas intuições, inspirações e visões interiores, como fonte da Verdade que o Espirito quer lhes comunicar. Aquilo que vem de fora pelos sentidos exteriores só será considerado real e verdadeiro se for validado pelo coração e pela mente iluminados pelo Espírito que habita em cada um de nós e que gradualmente se revela a essas personalidades até que haja uma completa fusão de personalidade humana com a personalidade espiritual dessas individualidades.
O esoterismo da fraternidade branca nos revela que Mestre Nada é o ser celestial que protege as famílias de casais que são almas gêmeas e se colocam a serviço de serem pais de personalidades que um dia manifestaram essa transformação. E que para cumprir esss tarefa passam também por processos de iniciação muito intensos... Tudo está conectado!
Nos cabe agora trazer algumas outras indicações de Steiner sobre o mestre Mani. Ele encarnou pela primeira vez na Pérsia, onde ficou conhecido como o filho da viúva. Lá ele reaviou e elevou os ensinamentos do mestre Zaratustra, um outro Bodhisatwa e mestre do cristianismo esotérico, do qual trataremos em outro momento, nos limitando agora a dizer que Zaratustra encarnou também como o menino Jesus, do evangelho de Mateus.
Mani é um título, assim como Manu é um título.
O Manu mencionado nos vedas é um ser espiritual que se ligava de fora numa alma humana encarnada para então conduzir espiritualmente a humanidade. Steiner nos indica que Noé e muitos outros personagens bíblicos eram uma manifestação desse Manu.
Quando a evolução dos corpos humanos permitiu esse Manu se encarnou completamente num corpo humano como o mestre Mani.
Mani foi também o Discípulo de Saiz, que morreu instantaneamente ao desvendar o véu de Ísis em Saiz.
Foi também o menino que Jesus ressuscitou, conforme narrado nos evangelhos.
E foi também o Parsival das “lendas medievais”, dentre outras indicações dadas por Steiner.
Segundo Steiner, Mani ainda irá encarnar no início do terceiro milênio e um dos pré-requisitos para sua encarnação é que ele possa estudar em escolas que adotam a pedagogia Waldorf, que é uma aplicação prática da sabedoria das escolas de mistérios.
Não há bases ainda para que os ensinamentos de Mani floresçam livremente sobre a Terra. Dessa forma, os seus ensinamentos e sua tarefa hoje é também dar novos impulsos à Antroposofia.
Para que sua doutrina possa ser compreendidas entre os homens, Steiner indica que uma nova língua ainda não existente terá que se desenvolver na humanidade e será diferente de tudo que existe hoje.
Tenho para mim que o sucessor de Maharishi, Maharaja Nader Ram, é um discípulo do mestre Mani que já iniciou o trabalho para a futura compreensão de seus ensinamentos. O seu livro o Ramayana na fisiologia tem muitos indicativos dos ensinamentos do mestre Mani e já trazem também indicativos de como uma nova linguagem adequada a transmissão de ensinamentos do mestre Mani poderá se desenvolver inicialmente apartir do sânscrito. Dentre os aspectos que se evidenciam nesse livro estão os ensinamentos de Mani de que onde há luz, há sombras e que no curso do processo evolutivo, quando parte da criação se eleva, parte da criação decai. Um princípio básico que também permeia toda a Antroposofia.
(To be continued). Estamos quase chegando nos exemplos de como almas gêmeas podem antecipar os dois delicados estágios evolutivos citados e sua relação com o Jyotish.
Namaste!
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